OLIMPÍADAS - COMO SOBREVIVER MAIS UM ANO

Nada se compara às Olimpíadas.

Ultrapassa as fronteiras do desporto. Provavelmente até as da história. Chega a ser quase metafisico.

Os Jogos Olímpicos da era moderna iniciaram-se em 1896, em Atenas, onde participaram 14 nações, com 241 atletas, em diversas modalidades. Desde então já se realizaram 28 olimpíadas de verão e 23 olimpíadas de inverno. O número de atletas, nações e modalidades cresceu de forma gradual, estando agora em dezenas de milhares, nos jogos olímpicos de verão.

Como sabem, é uma competição que decorre a cada 4 anos, tirando situações excepcionais de ordem mundial. Como foi o caso das Guerras Mundiais, e agora a pandemia provocada pelo COVID-19, que teima a afectar as nossas vidas. Anteriormente houve três cancelamentos (1916, 1940, 1944), e desta feita temos para já um adiamento, de cerca de um ano.

As Olimpíadas são um objectivo de vida para muitos atletas por todo o mundo.

Atingir a qualificação para ser "Olímpico" é fruto de dedicação e sacrifício, este por muitas vezes extensível aos seus familiares. Em todas as modalidades e competições, preparação é essencial para atingir o sucesso. Na maioria das vezes o sucesso é mensurável por uma época, por um ano, por uma competição. Para um atleta Olímpico, sucesso mede-se a cada quatro anos. É resultado de um caminho rigoroso, de vários milhares de horas, de treinos e competições para atingir a qualificação.

Qual é o impacto do adiamento dos jogos na vida dos atletas?

Já sabemos que todos os atletas e equipas qualificados, manterão o seu lugar em 2021. Mas será o "mesmo" atleta? Cuja preparação foi planeada por forma a atingir o pico de forma no verão de 2020. Não será. E vai afectar os resultado? Nunca iremos saber...

Até à data do anuncio do adiamento, cerca de 57% do total de 11.000 atletas, previstos estarem presentes em Tokyo 2020, já se encontravam qualificados. Os restantes atletas têm agora mais tempo e oportunidade de se qualificarem, isto é, se houver competições que lhes permita alcançar os mínimos.

As Olimpíadas de 2024, em Paris, mantêm-se sem alteração, o que vai, neste caso, reduzir o espaço entre Olimpíadas.

No passado, longo, de Jogos Olímpicos, só por uma vez algo semelhante aconteceu, quando no espaço de dois anos ocorreram duas Olimpíadas de inverno, em 1992 e 1994. Foi uma decisão para que fosse desfasada em dois anos as Olimpíadas de verão e Inverno.

Vão decorrer, assim, apenas 3 anos entre Tokyo 2020 e Paris 2024. Esta redução de tempo, entre Jogos, vai também alterar o ciclo de preparação dos atletas. Poderá até permitir que aumente o número de atletas a qualificarem-se para mais do que uma Olimpíada, o que é raro, pois cerca de 74% dos Olímpicos participam em apenas uma Olimpíada.

Esperamos, ainda assim, a mesma emoção característica dos Jogos Olímpicos, a partir de 23 de Julho de 2021.

PT Sports

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